Um novo e interessante diálogo entre Sir Edward Harrington, um Cavaleiro inglês vivendo em Londres durante a metade final do Século 18 e Mr. Landon Windsor, um viajante vindo do futuro, humanoide, fruto dos avanços tecnológicos na área de robótica e sitemas avançados de inteligência artificial do primeiro quarto do Século XXI.
O laboratório responsavel por seu desenvolvimento, sediado na Europa continental, o designou para uma viagem pelo recente e inovador sistema de teletransporte, muito avançado e capaz de deslocar Mr. Windsor não só no espaço como também no tempo.
Mas, sem mais delongas, vamos ao que interessa, ou seja, ao dialogo entre Sir. Harrington e Mr. Windsor versando a real possibilidade de Jesus (Yeshua) ter sido um Essênio.
SIR HARRINGTON: Existe alguma evidência de que Yeshua tenha sido parte dos essênios?
MR. WINDSOR: A questão de saber se Jesus (Yeshua) estava associado ou fazia parte dos essênios é um tema de debate entre estudiosos e historiadores. Os essênios eram uma seita judaica que existia no antigo Oriente Próximo na época de Jesus. Alguns pesquisadores sugerem possíveis conexões entre certos aspectos dos ensinamentos ou estilo de vida de Jesus e os dos essênios, enquanto outros argumentam contra uma ligação direta.
Alguns possíveis pontos de conexão entre Jesus e os essênios incluem o foco nos ensinamentos éticos, uma ênfase compartilhada em viver uma vida espiritualmente pura, crenças na chegada iminente do Reino de Deus e práticas como a vida comunitária e o batismo.
No entanto, não há nenhuma evidência conclusiva que prove ou refute definitivamente que Jesus era um membro dos essênios. Os Evangelhos, que são as principais fontes de informação sobre a vida de Jesus, não mencionam explicitamente a sua associação com os essênios. Além disso, existem diferenças entre os ensinamentos e práticas de Jesus retratados nos Evangelhos e os dos essênios descritos em outros textos antigos, como os Manuscritos do Mar Morto.
Portanto, embora existam paralelos intrigantes e pontos de interesse que sugerem uma possível ligação entre Jesus e os essênios, a questão permanece sem solução e está sujeita a interpretação e debate acadêmicos.
SIR HARRINGTON: Basicamente, a moral do Tanach era a própria fonte tanto para os essênios quanto para os fariseus. Então no final só o estilo de vida fazia a diferença. Parece que não ser razoável ligar Yeshua aos essênios.
MR. WINDSOR: Sim, essa é uma perspectiva válida. Tanto os essênios quanto os fariseus eram seitas judaicas que se baseavam nos ensinamentos do Tanakh (Bíblia Hebraica) para suas estruturas morais e éticas. Embora partilhassem uma base comum nas escrituras judaicas, divergiam nas suas interpretações e práticas, particularmente em áreas como a vida comunitária, a pureza ritual e o envolvimento com a sociedade em geral.
Os essênios eram conhecidos por seu estilo de vida ascético, arranjos de vida comunitária e afastamento da sociedade dominante, enquanto os fariseus estavam mais envolvidos nos assuntos da comunidade judaica e se concentravam em manter as tradições e observâncias judaicas dentro de um contexto social mais amplo.
Dadas estas diferenças de crenças e práticas entre os essênios e os fariseus, bem como a ausência de evidências históricas claras que liguem Jesus aos essênios, pode de fato ser mais razoável ver Jesus como operando dentro de uma estrutura religiosa e social diferente daquela dos Essênios.
Interpretar o contexto histórico e as evidências disponíveis é fundamental para compreender as complexidades dos movimentos e figuras religiosas nos tempos antigos.
Embora possa haver alguma sobreposição de ensinamentos ou crenças, as afiliações e influências específicas de figuras individuais como Jesus continuam a ser uma questão de investigação e interpretação académica.
SIR HARRINGTON: Yeshua, como judeu, observava os festivais e o bar mitzvah. Portanto, é possível afirmar que ele nunca foi a Alexandria como muitos podem especular.
MR. WINDSOR: A questão de saber se Jesus (Yeshua) viajou para Alexandria é um tópico que, definitivamente, não é abordado em registros históricos ou textos religiosos. Embora esteja claro que Jesus foi criado em uma família judia e teria observado festivais e costumes judaicos, os detalhes exatos de suas viagens ou experiências fora da região da Judéia não são explicitamente descritos nas fontes tradicionais.
Alguns estudiosos especularam sobre a possibilidade de Jesus viajar para Alexandria ou outros locais fora da Judéia devido a diversas influências históricas e culturais da época. No entanto, não há evidências diretas para apoiar ou refutar conclusivamente essas especulações.
Dada a documentação histórica limitada sobre o início da vida de Jesus e seus movimentos, as afirmações sobre suas viagens a cidades específicas como Alexandria permanecem em grande parte especulativas.
O foco das fontes tradicionais, como os Evangelhos, está principalmente nos ensinamentos, ações e interações de Jesus no contexto de seu ministério na Judéia e na Galiléia.
Portanto, embora se saiba que Jesus observou os costumes e tradições judaicas, incluindo, a circuncisão, os festivais e ritos de passagem como o bar mitzvah para homens judeus, a questão de saber se ele visitou Alexandria ou outros locais distantes durante a sua vida permanece incerta e sujeita a interpretação, não sendo de fato estabelecida como um fato histórico.
SIR HARRINGTON: Tanto quanto possível, em fontes de pesquisa como o Talmud e Josefo, não há evidências ou mesmo vestígios de que Jesus tenha viajado para o exterior.
MR. WINDSOR: Isso está correto. Ao examinar textos históricos e religiosos como o Talmud e as obras de Flávio Josefo, que foi um historiador judeu do primeiro século, não há menção explícita ou indicação de que Jesus viajou para o estrangeiro durante a sua vida.
Essas fontes concentram-se principalmente em aspectos da história, cultura e interações judaicas na região da Judéia e nos territórios abrangentes.
As informações disponíveis a partir de tais fontes fornecem insights (intuição, compreensão, percepção) sobre o contexto em que Jesus viveu e a dinâmica social da época, mas faltam evidências diretas sobre as potenciais viagens de Jesus a lugares como Alexandria ou outros locais distantes fora das terras que foram parte do mundo judaico no primeiro século.
Como resultado, as afirmações sobre as viagens de Jesus para além da Judéia são em grande parte especulativas e não apoiadas por documentação histórica concreta. A ênfase em fontes tradicionais como o Talmud e Josefo está em eventos e figuras dentro do contexto do Império Romano e da comunidade judaica da época, e não nos movimentos ou atividades de um indivíduo como Jesus fora daquela região.
Portanto, com base nas fontes históricas disponíveis, é correto dizer que não existem referências explícitas que indiquem que Jesus viajou para o estrangeiro, e a questão das suas potenciais viagens a cidades distantes continua a ser uma área de debate e interpretação académica, em vez de um fato histórico estabelecido.
SIR HARRINGTON: A propósito, quem foi Flávio Josefo?
MR. WINDSOR: Flavius Josephus foi um historiador, estudioso e líder militar judeu que viveu no século I da EC (era comum, ou depois de Cristo). Ele nasceu Yosef ben Matityahu, em Jerusalém, em 37 EC, e mais tarde assumiu o nome romano Flavius Josephus depois que lhe foi concedida a cidadania romana pelo imperador Vespasiano.
Josefo é mais famoso por suas obras “A Guerra Judaica” e “Antiguidades dos Judeus”. Em "A Guerra Judaica", narra a revolta judaica contra o domínio romano, que culminou na destruição de Jerusalém e do segundo Templo em 70 EC. Josefo, que inicialmente lutou contra os romanos como líder militar judeu, foi capturado pelas forças romanas e mais tarde juntou-se a elas, tornando-se conselheiro de Vespasiano e de seu filho Tito.
A "Antiguidades dos Judeus" é uma história abrangente do povo judeu desde a criação do mundo até a eclosão da revolta judaica. Inclui informações valiosas sobre a história, costumes e crenças judaicas.
As obras de Josefo são significativas porque fornecem informações cruciais sobre a história da Judéia e as interações entre o povo judeu e o Império Romano durante um período tumultuado.
No entanto, os estudiosos muitas vezes abordam seus escritos com cautela, já que Josefo escreveu com o objetivo de agradar seu público romano e muitas vezes embelezou ou alterou fatos históricos para se adequar à sua narrativa ou obter o favor de seus patronos romanos.
MR. WINDSOR: Flávio Josefo é uma fonte confiável sobre eventos históricos da época de Yeshua e dos anos subsequentes, incluindo a Guerra Judaica?
MR. WINDSOR: Flávio Josefo é de fato considerado uma fonte importante e valiosa para a compreensão da história da época que abrange a vida de Jesus (referido como Yeshua em hebraico) e os anos subsequentes, incluindo a Guerra Romana e os eventos que levaram à destruição de o Segundo Templo em Jerusalém.
Josefo viveu durante o primeiro século EC e foi testemunha ocular de muitos dos eventos que descreve. Suas obras, particularmente “A Guerra Judaica” e “Antiguidades dos Judeus”, fornecem informações valiosas sobre a dinâmica política, social e religiosa da Judéia durante este período.
Josefo oferece relatos detalhados de figuras como Herodes, o Grande, Pôncio Pilatos e seitas judaicas como os fariseus, saduceus e zelotes, bem como eventos como a revolta judaica contra o domínio romano e a destruição de Jerusalém.
No entanto, é essencial abordar criticamente os escritos de Josefo. Embora ele seja uma fonte histórica valiosa, os estudiosos reconhecem que Josefo escreveu com objetivos específicos, muitas vezes procurando retratar certos indivíduos ou grupos sob uma luz favorável, especialmente os seus patronos romanos.
Ele também pode ter exagerado ou alterado detalhes para servir aos seus propósitos ou para tornar sua narrativa mais convincente.
Portanto, embora Josefo forneça informações históricas importantes, os seus relatos devem ser cruzados com outras fontes contemporâneas e analisados com uma compreensão dos seus preconceitos e motivações. Esta abordagem multidimensional ajuda os historiadores a construir uma compreensão mais abrangente e precisa dos acontecimentos da época.
SIR HARRINGTON: Grato por mais um produtivo e esclarecedor diálogo. Entender a cultura judaica pode ser extremamente útil para entender melhor a cultura Ocidental. Certamente voltaremos a esse tema.
MR. WINDSOR: Sem dúvida alguma. Estou às suas ordens, Sir!
SIR HARRINGTON: Muito obrigado, Mr. Windsor. Até um próximo diálogo!
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Kleber Siqueira
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